Limão Siciliano
O limoeiro (Citrus limon) é originário do sudeste da Ásia. Adaptou-se tão bem na região da Sicília, que seu fruto ganhou o nome popular de limão-siciliano. O limoeiro é uma árvore perene que atinge até 6 metros de altura, com galhos ramificados, folhas alternas, ovais e serrilhadas. As flores geralmente brancas são muito perfumadas e agrupadas em cachos. Os frutos apresentam casca grossa e amarela, de formato alongado. Pode ser reproduzido por estaquia dos galhos, e aprecia solo arenoso e bem adubado, sendo cultivado em regiões de clima quente ou temperado.
Sua história na antiguidade é pouco evidente pela falta de registros paleobotânicos e de descrições ou desenhos detalhados que não deixassem dúvidas quanto à sua identificação. Teofrasto (pai da Botânica e aluno de Aristóteles) foi o responsável pelas primeiras descrições precisas do limão-siciliano para fins terapêuticos. Considerado uma panaceia para problemas infecciosos, o limão destaca-se por suas ações antisséptica, antirreumática, antibacteriana, antioxidante e antitérmica. Seu óleo essencial, rico em limoneno, é extraído das cascas por prensagem a frio e é muito utilizado para melhorar a concentração e aumentar a disposição. O limão era muito popular na ornamentação dos jardins islâmicos do Mediterrâneo.
Em 1742, foi adotado pela Marinha Inglesa para combater o escorbuto (causado pela falta de ácido ascórbico – a vitamina C) porém foi apenas no século XX que a ciência descobriu e reconheceu essa substância ativa como a preventiva da doença.
O limão-siciliano chegou à América trazido pelos missionários espanhóis e se tornou popular no Brasil durante a gripe espanhola (epidemia de 1918),
quando atingiu valores exorbitantes.
Os demais frutos também conhecidos por limão no Brasil são na verdade limas ácidas: Limão-taiti (Citrus latifolia), Limão-galego (Citrus aurantiifolia) e limão-cravo (Citrus limonia) – todos frutos de limeiras. Por este motivo, para a Botânica e também aromaterapia , o limão-siciliano é considerado o limão verdadeiro.
(A cultura do limão-taiti I Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura Tropical. – 2. ed., rev. e aum. – Brasilia: Embrapa-SPI, 1998.)